" Myanmar - O milagre de viver sorrindo " não é um livro de viagens.
Tão pouco será um álbum de fotografias, pese embora o facto de o seu autor ser fotógrafo.
A palavra e a fotografia são duas matérias artísticas que se fundem com harmonia nesta obra belíssima de Armando Cardoso.
Myanmar (antigo reino da Birmânia), um país de que só se tem falado a propósito de convulsões militares e tensões étnicas. Desconhecido quase por completo é o povo retratado neste livro ; um povo que conheceu décadas de tiranias e sofre ainda as suas consequências; que nos recebe com um sorriso nos lábios; que se veste de panos coloridos enrolados ao corpo; um povo de etnias variadas e de uma forte religiosidade.
Um país em mudança, pejado de “stupas” milenares, com telhados cobertos a folhas de ouro, onde as mulheres cobrem a cara com “thanaka” e os homens “cospem vermelho”.
Este é um livro que conta histórias de um povo de tez escura, vestindo “longy” e “sari”, de rotinas singulares, hábitos e ritos quase sempre estranhos, ou mesmo excêntricos, ao nosso ver ocidental.
Uma terra onde os habitantes fazem o «milagre de viver sorrindo», num ambiente cintilante de luz e água.
Myanmar (antigo reino da Birmânia) um país de que só se tem falado a propósito de convulsões militares e tensões étnicas. Desconhecido quase por completo é o povo retratado neste livro — um povo que, provindo de tiranias seculares, vive sorrindo, em intacta inocência.
A palavra e a fotografia são duas matérias artísticas que se fundem com harmonia nesta obra belíssima de Armando Cardoso. Nome há muito reconhecido no domínio da arte fotográfica, revela equivalente mestria na reportagem escrita. Reportagem, sim, porque vemos o autor, nestas páginas, como um repórter atento e isento, ou seja, tratando por igual as luzes e as sombras. Há entretanto uma tendencial cumplicidade entre fotógrafo e fotografados: o carinhoso olhar, sempre presente, é recíproco.
Este é um livro que conta histórias, rotinas singulares, hábitos e ritos, os chamados usos e costumes, porém quase sempre estranhos, ou mesmo excêntricos ao nosso ver ocidental. Mil faces de realidades longínquas, comoventes ou paradoxais, risíveis como as antenas parabólicas em profusão mas disfuncionais por falta de energia elétrica ou os não menos numerosos aparelhos de ar condicionado em prédios sem vidros nas janelas…
E os habitantes vão sorrindo, fazem o «milagre de viver sorrindo», num ambiente cintilante de luz e água.
Pedro Foyos