Pedro Foyos
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Sai-se desta galeria com o vivo desejo de revisitar as imagens não só neste espaço mas também num outro suporte mais «físico» (uma exposição convencional, é o que quero dizer).
Transparece claramente a sedução do Armando Cardoso pela arte digital. Muito bem. Há imensa gente a fazer «arte digital», o problema é que nessas produções vê-se frequentemente muito de digital e pouco de arte. O mérito do Armando é o de conseguir sobrelevar a gratuitidade da manipulação fútil e oferecer-nos belas imagens de reinvenção cromática e gráfica, plenas de sensibilidade, deixando o observador indiferente à «técnica». Entre a ilusão e a desilusão existe uma ténue linha de fronteira. Será, por exemplo, muito frustrante assistir a um espectáculo de magia com a preocupação de descobrir o «truque». Descobrindo-se o «truque» quebra-se o encantamento e sucede a desilusão. Todavia, se o espectáculo se impõe ao espectador e o arrebata a ponto de lhe desinteressar por completo a «técnica» usada, então, sim, estaremos perante um grande artista.
Parabéns, Armando |